domingo, 19 de dezembro de 2010

Se tocar, ainda que na orla do manto, serei curado (a)

Ora, havia ali uma mulher que já por doze anos padecia de um fluxo de sangue. Sofrera muito nas mãos de vários médicos, gastando tudo o que possuía, sem achar nenhum alívio; pelo contrário, piorava cada vez mais. Tendo ela ouvido falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão e tocou-lhe no manto. Dizia ela consigo: “Se tocar, ainda que seja na orla do manto, estarei curada”. Ora, no mesmo instante se lhe estancou a fonte de sangue, e ela teve a sensação de estar curada. Jesus percebeu imediatamente que saíra dele uma força e, voltando-se para o povo, perguntou: “Quem tocou minhas vestes?”. Responderam-lhe os seus discípulos: “Vês que a multidão te comprime e perguntas: Quem me tocou?”. E ele olhava em derredor para ver quem o fizera. Ora, a mulher, atemorizada e tremula, sabendo o que nela se tinha passado, veio lançar-se a seus pés e contou-lhe toda a verdade. Mas ele lhe disse: “Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e sê curada do teu mal”.

(Mc 5, 25 – 34)

Eis que a mulher que sofria de grande mal, tomou a decisão de se aproximar de Jesus e toca-lo, pois sabia que seria curada. E você, tem se aproximado de Jesus para ser curado? Tem esse sentimento de tocar n’Ele?

Hoje o nosso fluxo de sangue é o pecado, ele nos suja, deixa nossa veste da alma imunda, cheirando mal, assim como alguém que é banhado em sangue. E o pecado jorra sem cessar quando não procuramos retira-los de nós, e é um fluxo contínuo que nos deixa imundos, e ninguém quer se aproximar, para não se contaminar com nossos pecados. Assim como a mulher citada no Evangelho, as vezes passamos anos e anos contaminados pelos mesmos pecados, mas procuramos nos sanar deles em “médicos” errados.

Exatamente igual à mulher, gastamos nossas forças, tempo, dinheiro, para suprir o vazio de nossa alma, com roupas, carro, computadores, tudo o que o mundo oferece. Este vazio é o pecado que nos corroe, que nos tira a alegria de viver, nos tira as esperança, e vai tirando tudo o que possuímos até restar somente, o vazio. E como remédios para anestesiar a dor desse vazio, procuramos coisas mundanas, procuramos em médicos que nos venderão somente drogas para nos afundarmos cada vez mais, para nos sentirmos mais vazios, sentirmos mais dor.

Mas, a mulher do fluxo de sangue resolveu procurar a sua cura, no verdadeiro médico, o Médico dos médicos, Jesus Cristo. Quantas vezes não nos encontramos na mesma situação na qual ela se encontrava? Uma multidão nos separa de tocar em Cristo, uma multidão nem sempre composta de pessoas, mas de problemas, de medos, de comodidades, de preconceitos, de ideologias mundanas, uma multidão de pecado.

Mas mesmo com aquela multidão separando-a de Jesus, cheia de seus pecados, ela resolveu tocar n’Ele, pois necessitava da cura, acreditava que em Jesus Cristo estava a sua cura.

Agora imagine que você está na rua, e muitas pessoas te cercam, uma verdadeira multidão. Muitas pessoas esbarram em você, muitas tocam em você. Era esta a situação de Jesus, mas ao ser tocado pela mulher ele diz:

"Quem tocou minhas vestes?”

Ela verdadeiramente havia tocado em Jesus, por mais que as pessoas tocassem n’Ele, esbarrassem n’Ele e O cutucassem, nenhuma verdadeiramente O tocou. Mas ela sim, pois a sua fé permitiu que se aproximasse de Jesus, não como uma qualquer, mas sim como uma pecadora arrependida, que estava querendo se livrar do pecado, e pode tocar no verdadeiro Jesus, Glorioso, Piedoso.

Ela verdadeiramente tocou em Cristo, deixou as aparências de lado, como muitas vezes fazemos. Muitas vezes nós somos de aparentar, somos de exteriorizar as coisas, mas na profundidade que é tocar Jesus, realmente nunca tocamos. Quantas vezes colocamos nossas mãos na Hóstia Consagrada sem realmente tocar nela, mas sim por mero costume, por tradição, e só seremos curados de nossos pecados se estivermos dispostos a realmente tocar em Jesus, e deixar que Ele nos toque no fundo de nossa alma.

A mulher, arrependida de seus pecados, que a escravizavam por anos e anos, que se tornaram uma multidão que a separava da cura, de Jesus Cristo. Mas enfrentando tudo isso, ela tocou verdadeiramente em Jesus, não somente com as mãos, mas deixou sua alma, estilhaçada e sofrida, tocar na alma Magnífica e sem manchas de Jesus.

E nós também, não devemos deixar que nossos pecados formem uma barreira em nossa vida, e por mais que nos contaminemos com o pecado, temos de tomar a decisão de tocar em Jesus, para sermos curados, curados no corpo, alma e espírito. Pois, Jesus tem algo a nos dizer, quando realmente O tocamos:

“Filho (a), a tua fé te salvou. Vai em paz e sê curada do teu mal”

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